Cada municÃpio vestiu a camisa do projeto e realizou um mutirão para regularizar a situação de milhares de crianças sem a paternidade estabelecida na certidão de nascimento. Para a idealizadora do projeto Ana Luiza Villa Nova, JuÃza auxiliar da Corregedoria Geral da Justiça, esse resultado é bastante positivo: “Eu acredito que estamos trabalhando com um número muito expressivo. Para esta primeira mobilização podemos ver um resultado muito bom, que vem atrelado à conscientização da importância de ter o nome do pai no registro. Até agora também tivemos muitos casos que já puderam ser solucionados seja pelo reconhecimento espontâneo, seja pela adoçãoâ€, afirmou.
Durante os meses de maio e junho foi realizada a primeira fase do projeto Paternidade Responsável. Nesta etapa as mães foram notificadas a comparecer nas escolas, nos cartórios ou fóruns para realizar a indicação do suposto pai. Muitos casos foram resolvidos na hora, com o reconhecimento espontâneo da parte do pai. Houveram, também, casos de encaminhamento para adoção. Porém, ainda há mães que não reconhecem a importância para a criança ter o nome do pai ou ainda mães que desconhecem o paradeiro do mesmo.
Na Capital muitos cartórios se uniram para realizar a primeira fase do projeto. Na Zona Sul Capela do Socorro, Capão Redondo, Ibirapuera, Jardim São Luis, Parelheiros e Santo Amaro realizaram a ação em duas datas e atenderam centenas de mães que puderam dar uma oportunidade cidadã para seus filhos.
Para Odélio Antonio de Lima, Oficial do cartório de Parelheiros, a primeira etapa já pode ser considerada um grande sucesso: "Tivemos uma adesão de mais de 40%. Foi muito bom. Acredito que este projeto completa a cidadania daquela criança que não tem o nome do pai no registro. Orientamos também muitas pessoas", comentou Odélio.
Os registros civis do Tatuapé, Vila Formosa e Vila Maria também trabalharam em parceria pelo projeto e atenderam mais de 280 mães. Para os cartórios da Penha, Vila Matilde e CangaÃba o movimento também foi intenso durante todo o dia do atendimento. Muitos outros cartórios como Saúde, Ipiranga, Ermelino Matarazzo, Itaquera, Tucuruvi e Vila Madalena também realizaram esta primeira mobilização estadual.
Na cidade de Santos o projeto foi amplamente divulgado nos jornais e atendeu crianças da rede estadual e municipal de ensino e após este primeiro momento da ação, a Paternidade Responsável será estendida a crianças fora da idade escolar. “Esta primeira fase foi muito boa. Os dois cartórios se envolveram com força total no projeto. Tivemos também total apoio do fórum, do nosso Juiz Corregedor, Ramon Mateo Junior, e da polÃcia. Agora estamos empenhados em realizar um levantamento de crianças que não estão em idade escolar, e notificar estas mães a comparecerem ao cartório para dar continuidade ao projetoâ€, explicou Nélson Hidalgo Molero, Oficial do 1º Subdistrito de Santos.
Em Indaiatuba a imprensa também foi aliada do projeto que atendeu três escolas no bairro mais populoso do municÃpio, o Jardim Morada do Sol, que sozinho concentra 80 mil habitantes, cerca de 40% do total de habitantes do municÃpio. “É um trabalho social de extrema relevância. Estamos muito empenhados em solucionar estes casos. Isso será um ato de amor ao filho. E para conseguir o sucesso nesta campanha precisamos do envolvimento de todos os seguimentos da sociedadeâ€, afirma o Oficial de Indaiatuba José Emygdio de Carvalho Filho.
A ação na cidade de Ribeirão Preto envolveu os três cartórios. O evento, considerado um sucesso pelos participantes, realizou cerca de 300 atendimentos, envolveu ao total 20 pessoas e contou com a participação ativa dos Oficiais da cidade, que estiveram presentes à mobilização, dando informações às mães e orientando os funcionários no atendimento ao público. Para o coordenador do evento em Ribeirão Preto, Oscar Paes de Almeida Filho, Oficial do 1° e do 2° Subdistritos da cidade, a primeira etapa já pode ser considerada um sucesso, independentemente do número final de atendimentos. "A satisfação em ver uma criança com o sorriso estampado no rosto, feliz por ter o nome do pai no registro de seu nascimento já satisfaz a todos nós", comentou Oscar.
Na cidade de Garça a mobilização teve uma peculiaridade, uma vez que a equipe do cartório teve que se deslocar entre as escolas do municÃpio chegando mesmo a se locomover por mais de 20 quilômetrosem estrada de terra, debaixo de forte chuva, para entrevistar a apenas três mães.
Diferentemente de outras localidades, o cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais do municÃpio de MarÃlia, administrado pelo Oficial Antônio Francisco Parra, vem realizando de maneira contÃnua e ampla o atendimento da primeira etapa do projeto, que irá abranger as 33 escolas estaduais do municÃpio, em um total de 1.289 mães que deverão ser notificadas. "Deslocamos toda a estrutura necessária do cartório até o local de atendimento. Seguindo orientação do Juiz Corregedor Permanente, seguiremos com nosso trabalho, nos próximos meses, notificando as demais mães", explica Parra.
O projeto Paternidade Responsável teve inÃcio com um projeto piloto no bairro de Itaquera, Zona Leste da Capital, cresceu e hoje já atendeu mais de trinta mil mães em todo o Estado de São Paulo. A mobilização que contou com a participação de centenas de colaboradores emocionou muitas pessoas e permitiu que crianças pudessem ter o seu direito cumprido.